Por Divaldo Franco
Vivemos um período existencial caracterizado por comportamentos exóticos e agressivos sob muitos aspectos considerados. Ao lado da pandemia exterminadora de Covid-19, há os impositivos de adaptação, a fim de evitarmos o contágio perigoso.
Padrões de conduta rigorosa nas linhas da higiene severa são impostos de forma a diminuir e mesmo evitar o contágio da peste, embora não levados em consideração, em face dos hábitos singulares de rebeldia das inumeráveis criaturas acostumadas a comportar-se conforme melhor lhes apraz.
As recomendações de cuidados nos relacionamentos são desconsideradas, e os grupos renitentes prosseguem desafiadores.
No desespero que se estabelece, como mecanismo de fuga surgem as condutas estranhas, alguns crimes recebendo legalidade e os blocos de desafiadores propondo um novo normal, mediante uma filosofia de negação do ético, assim como do moral, que faculta aos instintos básicos predominância. Tal reação desumaniza o indivíduo, que volve à condição primária da nudez agressiva, com toques exclusivamente sensuais, ao desrespeito à ordem, típico da ignorância e da brutalidade, não estabelecendo limites ao que denomina como liberdade, com total desrespeito ao direito do outro.
Tudo quanto anteriormente constituía dignidade, significava a identificação com valores de elevação e de compostura vem sendo derrubado, culminando em alienações e as agressões ao corpo, à emoção e à psique, e substituído pelo direito do prazer de cada cidadão viver conforme as suas aspirações.
Inevitavelmente, os exageros pelos cuidados com o corpo por grande parte da sociedade competem com o abandono a ele, dando lugar aos fantasmas que deambulam pelos antros infectos das drogas e do sexo pervertido.
As religiões são combatidas tenazmente em face dos males praticados por algumas delas no passado, e os seus líderes, fundadores e crentes são levados ao escárnio em situações deploráveis.
Numa análise perfunctória das civilizações, observamos que antes da decadência de algumas que dominaram o mundo ou parte dele, antes de serem consumidas pelos desastres, viveram essas mesmas tragédias oriundas na decadência moral, sucumbindo sob a desordem.
Jesus Cristo propôs um novo normal, que oferecia paz e plenitude, mas que a sociedade inverteu nas suas imposições apaixonadas e vis, chegando-se a este resultado trágico. O fanatismo e o autoritarismo dos seus líderes mataram a beleza e a estrutura do amor que lhes serviam de alicerce.
Na atualidade, o Espiritismo ressuscita o Evangelho, e um novo normal restaura a esperança de existência feliz.
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Artigo publicado no jornal A Tarde (BA), coluna Opinião, em 18 de fevereiro de 2021.
Nota do autor: Tema inspirado em um artigo com o mesmo nome publicado pela Revista Reformador, da FEB, n° 2.302, de janeiro de 2011.