Quando Thomas Jefferson escreveu a declaração de independência dos Estados Unidos, proclamando que somos todos iguais, dotados de direitos inalienáveis, lançou-nos ele um desafio: fazer valer os direitos de liberdade, igualdade e felicidade para todos.
Os franceses , pioneiros na assimilação da proposta libertadora, lançaram-se também nessa busca por fraternidade pós Revolução (1789). “É belo, sem dúvida, proclamar-se o reinado da fraternidade, mas, para que fazê-lo, se uma causa destrutiva existe?” questionou certa vez o professor francês, Allan Kardec. A pergunta é das mais pertinentes, e nos leva a considerar que talvez o caminho proposto nas duas revoluções (americana e francesa) não seja o mais adequado, se seguido conforme as diretrizes traçadas: liberté, egalité, fraternité, e não, fraternité, egalité, liberté, que seria um caminho inverso ao proposto!
A imposição de cima para baixo por liberdade, por igualdade, que desfecharia na fraternidade, não se mostrou producente. A busca ideal deve ter como base a fraternidade, que decorrerá na igualdade, que por fim trará a liberdade. O caminho não é de fora para dentro com arbitrariedades impostas. Isso seria uma edificação em terreno movediço, seria como decretar saúde em uma região insalubre. É preciso trilhar o caminho inverso, ir direto a causa, numa transformação social, em que a fraternidade, não a igualdade sua filha direta, seja a base de onde tudo começaria. Não mais LIBERTÉ, egalité, fraternité, mas sim: FRATERNIDADE, igualdade, liberdade!
E qual seria o caminho para a fraternidade basilar, da igualdade decorrente e da liberdade consequente para consolidação do reino da felicidade almejado por todos? Não parece haver outro caminho que não seja o do: “Amai-vos uns aos outros!”. Essa proposta tida como simplória e inaplicável por muitos é, até hoje, o desafio maior, e a única capaz de trazer o reino da felicidade e da concórdia humana, pois tira todo e qualquer argumento contrário ao reino da fraternidade.