A humanidade não é esta que nosso planeta habita...
Esta é apenas diminuta parcela da humanidade total...
Esta é parte mesquinha da humanidade sublime...
Vivem neste mundo mais de sete bilhões de homens, diz a ciência.
Centenas de bilhões já passaram por este planeta – e se foram...
Para onde foram eles...
Não se sumiram no vácuo e no nada...
Sabemos que o espírito imortal, uma vez que existe, para sempre pode existir.
Vive aqui a pequena humanidade – vive acolá a grande humanidade...
Nem somos a centésima parte do que eles são...
Nós somos os sonânbulos – eles os acordados...
Acordados na luz eterna – se forem filhos da luz...
Agora, profanos – então, iniciados...
Agora, semivivos – então, pleini-vivos...
Agora crentes ou descrentes – então videntes ou voluntariamente cegos...
Nós aqui ignoramos se valeu a pena termos nascido – deles se sabe se a colheita valeu a sementeira...
Nós, ainda no invólucro desta vida mortal – eles sem máscara nem véu ao sol da verdade...
Nós, os principiantes, tateamos ao longo da estrada – eles, os avançados, se aproximaram da meta.
Hoje, no mundo material – amanhã, num ambiente imaterial...
Feliz do homem que no aquém tem fé no que verá no além...
Feliz de quem, pela fé no futuro, antecipa a visão do presente!
Feliz de quem, olhando para a aurora, aguarda o sol meridiano!...
Feliz de quem segue o “fio de Ariadne” – que do labirinto das trevas o conduzirá ao mundo da luz!...
Feliz de quem sofre o “espelho do enigma” das coisas presentes – e entram no mundo dos invisíveis...
Tombam milhões de gotinhas humanas das nuvens do aquém – no oceano imenso do além...
E amanhã – cairá esta gotinha também...
Cairá a tua, meu amigo...
Cairá a minha...
Voltando para donde veio...
Ao seio de outros mundos...
Rumo à meta final.
Huberto Rohden, do livro: De Alma para Alma