Por Eronildo Aguiar
Dar aula é um mistério. As vezes a gente se programa e a aula não flui, e há casos de improviso que saem melhor do que o esperado. Foi o que ocorreu nesses dias, numa aula de Filosofia para o 9º ano do ensino fundamental II. O tema era: Paz e Guerra.
Comecei lembrando a falta de um bom dicionário de filosofia para o português. Há certas ideias que carecem de palavras precisas para moldar um conceito satisfatório. No caso da Paz, por exemplo, ao se falar de pacificadores e pacifistas há uma necessidade de distinção. Uns e outros são diferentes, filosoficamente falando. Pacificador é aquele que consegue promover uma paz temporal, se impondo muitas vezes pelo uso da força física - Fala-se em polícia pacificadora, não em polícia pacifista. O pacifista não intimida, simplesmente convence. O primeiro denota poder pelo temor, o segundo por amor a alguma causa. Um impõe, o outro propõe. Um é mando, o outro é convite. Exército inglês e Mahatma Gandhi podem ser tomados como exemplos respectivos de pacificador e pacifista.
Pacifistas e pacificadores têm princípios diferentes. O primeiro grupo é norteado pela ética, o segundo por leis humanas . O primeiro, é de consciência [ou religião]; o segundo, da ciência. É comum pacifistas serem tidos como homens de religião e pacificadores como homens da ciência.
Os primeiros são amados, o segundo, temidos.
Os primeiros são amados, o segundo, temidos.