ACERVO VIRTUAL HUBERTO ROHDEN E PIETRO UBALDI

Para os interessados em Filosofia, Ciência, Religião, Espiritismo e afins, o Acervo Virtual Huberto Rohden & Pietro Ubaldi é um blog sem fins lucrativos que disponibiliza uma excelente coletânea de livros, filmes, palestras em áudios e vídeos para o enriquecimento intelectual e moral dos aprendizes sinceros. Todos disponíveis para downloads gratuitos. Cursos, por exemplo, dos professores Huberto Rohden e Pietro Ubaldi estão transcritos para uma melhor absorção de suas exposições filosóficas pois, para todo estudante de boa vontade, são fontes vivas para o esclarecimento e aprofundamento integral. Oásis seguro para uma compreensão universal e imparcial! Não deixe de conhecer, ler, escutar, curtir, e compartilhar conosco suas observações. Bom Estudo!

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sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

BRANDOS E PACÍFICOS

Comentário(s)

 “Os brandos e pacíficos herdarão a Terra, e serão chamados filhos de Deus.”

Essa frase monumental – reunimos dois textos em apenas um – encontra se no Sermão da Montanha, enunciado por Jesus, conforme o Evangelho de São Mateus, 5: 5 e 9.

Nunca foi tão necessária de ser repetida como na atualidade, em que a prepotência e a crueldade constituem fatores de primazia na cultura sociológica da humanidade.

 O ser humano, que alcançou as estrelas que reluzem ao longe e as estuda com afinco e determinação, assim como as micropartículas, em busca da energia no seu estado mais primitivo, que investe fortunas incalculáveis para a solução de pandemias e moléstias dilaceradoras, que se comove ante um gesto de ternura infantil, genericamente ainda não conseguiu disciplinar os instintos e as paixões asselvajadas que lhe permanecem no imo, devorando-lhe as sublimes aspirações ao bom, ao belo e ao nobre.

Com facilidade, entrega-se à alucinação do poder terreno, olvidado da sua fragilidade assim como da fugacidade com que transita no mundo.

O sentido ético do viver, as abençoadas escolas de pensamento filosófico edificante, as conquistas da Ciência, apresentando as glórias da vida, flutuam com rapidez nas suas reflexões, e deixa-se deslumbrar infeliz e ambicioso pela crueldade e a beligerância.

Os séculos e milênios, que varreram as civilizações, desde as mais recuadas até este momento grandioso, não conseguiram depositar nos sentimentos humanos a brandura e a pacificação. Como consequência, vivemos numa sociedade caracterizada por distúrbios de muitos gêneros, apresentando-nos inconstantes, ciumentos, invejosos, derrapando sempre na animosidade e na malquerença.

A antipatia e a amizade protocolar, própria para redes sociais em que as fantasias se apresentam como realidade, sob o estímulo de outros indivíduos atormentados que se lhes tornam modelos a serem seguidos, substituem a brandura e a paz que fazem falta em demasia.

As terríveis buscas do sentido da vida no prazer sensorial atiram as criaturas na viagem ao mundo exterior, olvidando-se da sua realidade de seres espirituais.

Por mais, no entanto, que o ser humano fuja da investigação e vivência dos seus valores morais, do retorno à reflexão íntima em torno da sua origem, de quem é e como liberar-se dos males íntimos que o afligem, mais cedo ou tarde será conduzido pelas circunstâncias a enfrentar-se.

As modernas doutrinas psicológicas têm procurado despertar as mentes e os corações para a conquista do sentido brando e pacífico da existência, mas há relutância forte entre o ego e o Self, mantendo-se os velhos hábitos que geram desequilíbrio.

 Por essa razão, Jesus afirmou que os brandos e pacíficos herdarão a Terra.

Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 16 de dezembro de 2021.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Deus

Comentário(s)


(Prece cotidiana da minha vida terrestre)

Deus, Luz infinita, Vida eterna, Amor universal.

Deus, invisível essência e íntima realidade de todas as coisas, visíveis e invisíveis.

Deus, Consciência Cósmica, que tudo permeia e na qual todos os seres se movem, vivem e têm o seu ser.

Deus, no qual tudo existe, do qual tudo vem, para o qual tudo volta.

Deus, eu te agradeço com transportes de júbilo, porque me fizeste conhecer esta grande verdade.

Deus, eu te rogo que me dês a força para que eu viva à luz deste conhecimento e faça da minha vida terrestre um luminoso reflexo da tua Luz, vida da tua Vida, amor do teu Amor.

Deus, uma vez que sou imagem e semelhança tua, participante da tua natureza divina, faze com que eu seja também assim como tu és: intensamente verdadeiro, bom e feliz.

Deus, faze de mim um arauto perfeito do teu espírito, aqui na terra e por toda a parte, para que outros homens conheçam por meu intermédio quem tu és, como tu és, e tenham o vivo desejo de serem também luz da tua luz, vida da tua vida, amor do teu amor.

Deus, sei que há muitas moradas em tua casa, como disse o teu grande Cristo que visitou a nossa morada terrestre para nos falar do teu reino universal.

Deus, sei que estou aqui nesta morada terrestre para conhecer-te, para amar-te, para servir-te com radiante entusiasmo, e fazer com que outros também te conheçam, te amem, te sirvam do mesmo modo.

Deus, enche-me de tamanha abundância de tua luz, vida e amor que nenhuma ingratidão me faça ingrato, que nenhuma injustiça me faça injusto, que nenhuma amargura me faça amargo, que nenhuma maldade me faça mau, que eu queira antes sofrer mil injúrias do que cometer uma só.

Deus, faze-me tão forte com a tua força que eu suporte serenamente todas as fraquezas humanas sem fraquejar, sem me queixar, nem me revoltar; que eu seja humilde sem servilismo, forte sem aspereza, sábio sem presunção, delicado sem sentimentalismo, que encontre o meu céu na terra em servir aos outros sem nenhum desejo de ser servido.

Deus, eu te agradeço porque me deste a luz de compreender esta verdade redentora – e peço-te que me dês a força de viver, à luz desta verdade, uma vida de amor universal e radiante felicidade.

HUBERTO ROHDEN,
Imperativos da Vida.

domingo, 5 de dezembro de 2021

Os relegados

Comentário(s)

REFLEXÃO:

Estão próximos os tempos, repito-o, em que nesse planeta reinará a grande fraternidade, em que os homens obedecerão à lei do Cristo, lei que será freio e esperança e conduzirá as almas às moradas ditosas. Amai-vos, pois, como filhos do mesmo Pai; não estabeleçais diferenças entre os outros infelizes, porquanto quer Deus que todos sejam iguais; a ninguém desprezeis. Permite Deus que entre vós se achem grandes criminosos, para que vos sirvam de ensinamento. Em breve, quando os homens se encontrarem submetidos às verdadeiras leis de Deus, já não haverá necessidade desses ensinos: todos os Espíritos impuros e revoltados serão relegados para mundos inferiores, de acordo com as suas inclinações.

(Cap. Caridade para com os criminosos, Allan Kardec - ESE.)

sábado, 4 de dezembro de 2021

Incubação e eclosão artísticas

Comentário(s)

Era uma vez duas galinhas; ambas estavam encubando uma ninhada de ovos. Uma era empírica-analítica, a outra intuitivametafísica.

 No fim do terceiro dia, a galinha analítica – que vamos chamar simplesmente Análise – deu um profundo suspiro e disse à sua colega intuitiva – a que daremos o nome de Intuição:

 – Você acha que há vida nesses ovos?
– Acho que sim – respondeu a outra.
– Você é muito crédula – volveu a primeira.
– Há três dias e três noites que estou escutando e não percebo nenhum ruído, nenhum movimento no interior dessas cascas brancas.
– Hum! – fez Intuição, dando ligeiro muxoxo com o bico.
– Pelos modos, você pensa que vida é ruído e movimento...
– Penso muito; você tem razão; e você parece pensar pouco.
– Que é que você pensa? - Se vida não é ruído e movimento, então não é nada mesmo. Acho que estamos perdendo o nosso tempo e as nossas forças, chocando cascas mortas, cheias de nada e de vácuo. Penso muito, muito, muito...
– Cheios de nada e de vácuo? Que palavras estapafúrdias são essas?...
– São termos da minha filosofia empírica intelectual...

Houve momento de silêncio entre as duas galináceas. Quase que não se ouvia, no meio desse silêncio, a força do pensamento de Análise e a grande paciência de Intuição. Finalmente, dando outro suspiro prolongado e meio pessimista, disse Análise:

– Estou emagrecendo...Também não é pra menos... Há três dias e três noites que estou com 39 graus de febre... que coisa estúpida é essa incubação...
– Essa febre é necessária.
– observou Intuição.
– Necessária para quê?
– Para despertar a vida dormente nos ovos.
– Vida dormente? Vida dormente?...
– e a incrédula deu uma gargalhada de escárnio.
– Como se houvesse tal coisa. Vida que dorme não é vida... Não, não aguento mais. Eu sou uma galinha intelectual, científica, galinha que pensa. Não nenhuma galinha-morta que creia em vida dormente, vida sem vida. Sou uma pensadora empírica...Penso muito, muito, muito...Metafísica não é comigo...

Isto dizendo, a galinha analítica quebrou um dos seus ovos com a ponta do bico e derramou o conteúdo pelas palhas do ninho.

– Está vendo? Está vendo?
– exclamou triunfante.
– Nem vestígio de vida. Tudo é clara e gema morta, sem movimento... Minha amiga, você é vítima de uma crença absurda. Acabe com essa mistificação! Acabe com essa febre maluca! Vá ciscar minhoca gostosa!...

Com essas palavras D. Análise saltou do ninho e se afastou às pressas, deixando a colega sozinha na penumbra do galinheiro, prosseguindo na enfadonha incubação.

Passaram-se mais dezoito dias, depois desse colóquio. Exatamente no 21º dia, a contar do início da incubação, deparou Análise com um bando de pintinhos, que pareciam outras tantas bolas macias de veludo e creme. E, no meio dos pequeninos, Intuição, a ciscar valentemente chamando com um alviçareiro glu-glu-glu toda vez que encontrava um suculento petisco para a dileta prole. Os pintinhos acudiam pressurosos, mas só engoliam o biscato depois que a mãe tomava no bico e jogava no chão, gesto que, em linguagem galinácea, quer dizer: “É comestível! Não é veneno!”...

– Onde foi você arranjar esse bando de pintinhos?
– perguntou Análise cheia de surpresa. - São meus filhos
– respondeu a outra, continuando a ciscar.
– Saíram dos meus ovos; doze, não gorou um só...
– Uééé!
– fez a outra, entre pensativa e incrédula.
– Então, havia mesmo vida naquelas cascas brancas? Penso muito...
– Vida potencial, que se fez vida atual pela incubação
– replicou a outra, enquanto descobria mais uma minhoca gorda na terra úmida.
– Você não teve fé no invisível; destruiu com sua profanidade a sacralidade da vida dormente...

E houve um grande silêncio em derredor...

(Fonte: ROHDEN, Huberto. Filosofia da Arte. São Paulo: Martin Claret, 2008.)


quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

A FAMÍLIA

Comentário(s)



Por Divaldo Franco A palavra família vem do latim famulus, que era o grupamento dos amos com os seus servos e todos quantos lhes eram chegados sob o mesmo teto.

Ainda podemos assim considerá-la, afirmando de maneira emocional que todos os membros de um grupo podem ser chamados de família.

A palavra tem uma abrangência muito grande, no entanto, desejamos referir-nos à tradição cristã de que a família é constituída pelos membros que têm vinculação parental. Nesse sentido, dispomos de duas famílias: a biológica ou consanguínea e a espiritual, que é toda a sociedade unida pelos laços da fraternidade.

O conceito se deriva de uma herança do Cristianismo primitivo de referência ao pai, à mãe e ao filho no grupo social.

Esta, a família tradicional, sustentou-se na ética do comportamento sociológico, que estabelecia dogmas encarregados praticamente de serem as leis que deveriam ser cumpridas, mesmo quando arbitrárias. Eram estabelecidas por teólogos e tradutores do Evangelho, que o faziam ao sabor das suas paixões políticas, morais e religiosas, buscando sempre impedir o progresso da sociedade.

O progresso, no entanto, é Lei Divina, e nada pode permanecer estacionado na ignorância; facultando melhor entendimento dos mecanismos da vida, foi desmistificando os mistérios que envolviam a procriação humana, os relacionamentos sociais, vencendo as trevas até quando o sexo, que era considerado pecado ou coisa imunda, passou a merecer respeito e consideração, em face da sua finalidade de perpetuar a vida orgânica.
Nos tempos modernos e contemporâneos, tornando-se órgão de alta significação, e especialmente após os estudos de Freud e inúmeros cientistas, vêm sendo banidas as teses perturbadoras em torno das suas funções, especialmente nos fenômenos psicológicos e psiquiátricos, além da organização somática, merecendo justa compreensão para a sua existência.

A família biológica, portanto, resultado da união sexual através do matrimônio ou do consórcio afetivo, é a base da sociedade, com altas finalidades em favor da evolução.

A família é a primeira escola na qual se exercitam os hábitos saudáveis da educação, da construção da humanidade feliz ou desventurada. Devem basear-se os seus fundamentos na perfeita identificação de sentimentos elevados, gerando grupos harmônicos que se unirão na família universal.

Nos dias atuais, no entanto, em face dos incontáveis conflitos que tomam da sociedade, a família vem sendo desconstruída, e os seus membros, separando-se para assumir os objetivos da existência sem maturidade para o comportamento digno.

É urgente a reflexão em torno do lar, dos filhos, dos pais, dos demais parentes, reconstruindo-se a família feliz para o bem da humanidade.

Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 2 de dezembro de 2021.

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

O BEIJA-FLOR E O INCÊNDIO

Comentário(s)

Numa imensa floresta viviam milhares de animais que desfrutavam daquele lugar maravilhoso quando uma enorme coluna de fumaça foi avistada ao longe e, em pouco tempo, embaladas pelo vento, as chamas já eram visíveis pelas copas das árvores. Os animais para se salvarem do incêndio começaram a correr, fugindo... 

Eis que, naquele momento, uma cena muito estranha acontecia. Um beija-flor voava da cachoeira ao fogo, levando gotas d'água em seu pequeno bico, tentando amenizar o grande incêndio. O elefante, admirado com tamanha coragem, aproximou-se e perguntou-lhe:

- Seu beija-flor, o senhor está ficando louco? Não está vendo que não vai conseguir apagar esse incêndio com gotinhas d'água? Fuja enquanto é tempo! Não percebe o perigo que está correndo? Se retardar a sua fuga talvez não haja mais tempo de salvar a si próprio! O que você está fazendo de tão importante?

E o beija-flor respondeu:

- Sei que apagar este incêndio não é apenas problema só meu senhor elefante. Eu apenas estou fazendo a minha parte! Preciso deste lugar para viver e estou dando a minha contribuição para salvá-lo! o senhor elefante tem razão quando diz que há mesmo um grande perigo em meio às chamas, mas acredito que se eu conseguir levar um pouco de água em cada voo que fizer da cachoeira até o fogo, estarei fazendo o melhor que posso para evitar que nossa floresta seja destruída. Em menos de um segundo o enorme animal marchou rapidamente atrás do beija-flor e, com sua vigorosa capacidade, acrescentou centenas de litros d’água às pequenas gotinhas que ele lançava sobre as chamas. Notando o esforço dos dois, em meio ao vapor que subia dentre alguns troncos carbonizados, outros animais lançaram-se para a cachoeira formando um imenso exército de combate ao fogo.

E venceram o incêndio.

Ao cair da noite, os animais da floresta estavam exaustos pela dura batalha vivida, mas vitoriosos porque permaneceram sobre a relva que duramente haviam protegido.

Autor: Desconhecido

sábado, 20 de novembro de 2021

EXEMPLIFICAI O AMOR E PERSISTI NO BEM

Comentário(s)


Filhas e filhos. Que Jesus permaneça conosco!

Em tempos remotos, os objetivos da vida humana eram diversos e dispersos, somente considerando as expectativas particularistas, inclusive dentre aqueles que praticavam as religiões. Veio Jesus, o Farol de nossas vidas, e instituiu o rumo seguro, o alvo claro, a Lei do Amor.

Desdobrados os séculos, tudo retorna. Fomos premidos pela incúria das mentes que mantinham os desejos egóicos. E irmãos eram levados à ignomínia. Em todos os lugares a fé distorcida trazia o deslustre àqueles que eram vistos como possíveis perigos a religião profissionalizada.

Seguindo os dias, uma flor vicinal do Evangelho, em sua mais pura expressão, nasce no jardim do Senhor, o Espiritismo. Com seu conteúdo libertador, ofereceu-nos a condição de rever conceitos e aparar as arestas, dentro de uma proposta moral de trazer de volta os ensinos do Cristo.

Torturaram-se as mentes que queriam abraçar esta proposta, mas ainda estavam aneladas aos conceitos ortodoxos e presas em paradigmas, cuja importância das coisas somente poderia fazer valorizar os bens da matéria. Lutas internas se intensificaram e caminhamos na implantação dessa Doutrina de Luz.

Novos Tempos se apresentam. E reunidos novamente com o intuito de agregar o que dispersamos, somos convocados à gleba humana para semear a pureza do Evangelho, como caminho de salvação.

Ideologias, que foram sendo formadas em vossas diversas experiências na Terra, aparecem volumosas em vossos posicionamentos e não conseguis entender que elas não podem conflitar com a base do pensamento filosófico-religioso que abraçais. A incoerência poderá destituir os ideais nobres que acarreais.

Exemplificai o amor e persisti no bem.

Espíritas! Filhos do coração, nestes dias em que se reuniu o Conselho Federativo Nacional foi possível ver que é viável a vivência da serenidade, da harmonia e do amor.

Carregavam, nas vossas palavras e pensamentos, intenções que para nós eram estrelas luminosas na constelação do bem comum. 

Levai, em todas as ações do Movimento Espírita que se desdobrarem, este estado de coisas. Ponhais, na presença da dúvida ou da discórdia, atitudes de paz e conciliação.

Jesus que sempre esteve à frente das tarefas que são realizadas, assim como da caminhada planetária, afasta a sombra geral, na certeza de que façais a vossa parte.

Dos discípulos, em torno dos sete dezenas, conforme a narrativa evangélica, escolheu o Senhor os apóstolos. A decisão de aceitar sempre esteve com os convocados. Deixai que os vossos corações fiquem com a resposta do “sim” e segui com Jesus.

O mundo, mergulhado em recente desdita, está necessitado de corações que repliquem as atitudes preconizadas no Evangelho.

Prenunciam para humanidade grandes lutas e destes enfrentamentos crescerão todos, pelos aprendizados no bem e pela certeza de que as boas escolhas trazem a felicidade.

O papel dos espiritistas é daquele que oferece de si a solução, em que o respeito e a fraternidade nunca faltem.

Conviver, amando.

Amar, convivendo.

E liberdade consciente...Tudo na certeza de que a proposta do Espiritismo, em vossas mãos, é remédio para os males da humanidade. Começando por cada um de vós. Ninguém obra no outro com ferramentas que não tem nas mãos.

Instituições Espíritas consolam, abrigam, esclarecem. E não se esqueçam: são reflexos daqueles que ali militam.

Transformações incessantes se fazem no mundo. Avanços científicos e tecnológicos se implantam. Sociedade estertoram em suas aflições. E nada está perdido. O grande plano do Criador rege tudo que há. Não deixeis que se sintam órfãos os filhos da Terra.

Por tudo que apresentamos, os Espíritos-espíritas aqui reunidos, conclamamos a todos à proposta de Jesus: “...vem e segue-me” (Mateus, 19:21)

Que o senhor de bençãos nos abençoe! Que o Deus da Luz nos ilumine!

Assim desejo, o amigo humílimo e paternal de sempre, Bezerra.

Muita paz!

(Mensagem recebida psicograficamente pelo médium Alexandre Pereira, no dia do encerramento da Reunião Ordinária do Conselho Federativo Nacional, em 07 de novembro de 2021, realizada por ferramenta de videoconferência. Revisada pelo Autor Espiritual).

domingo, 7 de novembro de 2021

A DIMENSÃO DO AMOR

Comentário(s)

Por Mauricio Crispim

A substância que forma o espírito é o amor.

Deus, amor, unidade, totalidade, individualidade, eis o Sistema.

No centro do amor há uma força, a força egocêntrica.

Tudo tem a força do amor como totalidade.

 A origem do espírito está no fluido cósmico universal.

O amor se expande e atrai. 

Expansão e atração são os dois movimentos do universo.

No processo de atração do amor está o egocentrismo (centro do qual deriva a individualidade).

Sendo assim, as duas forças do amor são: Egocentrismo, que é o amor atração e a liberdade, que é o amor expansão.

Portanto totalizamos três forças: amor, egocentrismo e liberdade. A parte de expansão do amor é a liberdade e a fase de atração do amor é o egocentrismo. 

Convém lembrar que nesse processo de atração e expansão há a liberdade, tanto para expandir quanto para atrair. O processo de expansão do amor é infinito, eterno, altruísta, contudo, o processo de atração é limitado, ou seja, não pode haver atração além dos limites.

Uma transgressão desse limite (a retenção do amor ao centro do ego) acarretaria uma inversão de polaridade, ou seja, uma contração do ego sobre si mesmo, gerando não mais altruísmo, mas aprisionamento na energia e daí o congelamento na matéria. Essa é a característica do egoísmo, que é justamente uma expansão da personalidade, ou seja, só expansão da individualidade.

 O egocentrismo virou egoísmo, as individualidades deixam de se alimentar do outro.

A carga de amor que a individualidade possui é intrínseca, não é vibracional, não é local, pois subsiste no ser.

 Concluindo, pois, o maior perigo então consiste no equilíbrio no momento da atração. O processo de ida e volta tem de ser na conta certa para todos. É um eterno doar-se ao seu companheiro, individualizar-se, um pulsar eterno de amor entre Deus e as individualidades, é o reino de Deus.

E o que fazer perante a situação atual do ser, do espírito?

Lutar com todas as forças para reverter essa situação contraída em que se encontra.

 É impulsionar a atração em direção à expansão, não tirando o egoísmo, mas revertendo-o em altruísmo, que é a verdadeira e eterna função do amor.

 Eis o processo evolutivo!!! Uma explosão de amor!!!¹

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 ¹Do Curso:  A Evolução do Amor (Por Mauricio Crispim)

sábado, 6 de novembro de 2021

O ESTADO LAICO E A INTOLERÂNCIA

Comentário(s)


Por Eronildo Aguiar

Defender o Estado Democrático de Direito é um dever de todos. E proibir um grupo, seja cristão ou pagão, do embate político, é ser intolerante. Se na refrega política tudo se der conforme a carta magna, estará valendo. 

Por isso mesmo, tentar proibir qualquer grupo de participar da política, é uma intolerância. Quem teme grupos divergentes, e quer mandá-los para "o paredão da morte política", tem que acreditar que pode convencer seus eleitores do embuste. Mas essa luta tem que se dar democraticamente. 

É preciso entender que por ser laico o Estado políticos são livres para serem partidários, tomarem partido, divergirem, e serem parciais. Recordemos que a palavra "parcialidade" vem de "tomar partido, marcar posição". O político, homem público que representa os partidos, é representante de uma parcela do povo, ele não representa o "Povo", mas parte desse povo. Por isso mesmo, há os representantes das minorias, dos que trabalham no agronegócio, dos ateus, e a “bancada evangélica”. E aqui está a beleza de uma sociedade democrática dita civilizada. Ao Estado Laico — No seu conjunto de instituições, cabe ser tolerante e imparcial com os parciais. A ideia de políticos imparciais, é para quem não conseguiu compreender que os "representantes do povo" são parciais, são partidários, são políticos. 

Por fim, em um Estado laico qualquer grupo pode participar da dança das cadeiras. Sem problemas, sem restrições. Na Democracia, temos que aprender a tolerar todos os grupos — desde que estes não atentem contra o ordem constituída, sejam estes ateus, satanistas, católicos, muçulmanos, evangélicos, espíritas, religiosos em geral. 

Concordar ou discordar, é do embate, e vence quem convence. 

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

CONSTELAÇÃO FAMILIAR

Comentário(s)

A família é a base fundamental sobre a qual se ergue o imenso edifício da sociedade.

No pequeno grupo doméstico inicia-se a experiência da fraternidade universal, ensaiando-se os passos para os nobres cometimentos em favor da construção da sociedade equilibrada. Em razão disso, toda vez que a família se entibia ou se enfraquece a sociedade experimenta conflitos, abalada nas suas estruturas.

Vive-se, na Terra, destes dias, injustificável agressão à constelação familiar, defluente dos transtornos e insatisfações que tomam as mentes e os corações juvenis.

Aturdidos, ante os tormentos que vêm assaltando os adultos, alguns, irresponsáveis, outros, imaturos em relação aos compromissos graves do lar, que se deixam arrastar pelas utopias do prazer, em detrimento das bênçãos do dever em relação à família, desgarram-se, e, sem rumo, atiram-se nos resvaladouros da alucinação, desesperados, investindo contra o instituto doméstico.

A aparente falência das uniões consagradas pelo matrimônio, assim como a de todas aquelas que frutesceram em descendentes, não é da família, mas da desestruturação da ética e da moral, vitimadas pelas mudanças impostas pelos denominados novos tempos, nos quais, escravizando-se às paixões dissolventes, os indivíduos optam pela ansiosa conquista das coisas e dos fetiches da tecnologia que os distraem e entorpecem.

A decadência dos dogmas arbitrários e dos estatutos punitivos estabelecidos por algumas doutrinas religiosas do passado, que vêm sucumbindo ante os camartelos da evolução cientifica e experimental, tem facultado maior espaço para a ampliação do materialismo existencialista, centrando no corpo toda a realidade da vida, e através do seu uso a única oportunidade de desfrutar os gozos, que logo se consomem ante a presença da morte.

Em assim sendo a realidade humana, a pressa pela fruição de todas as sensações possíveis apresenta-se na condição de meta que deve ser alcançada a qualquer preço, para não se perder a oportunidade de viver bem, quando o ideal seria bem-viver.

O irrefragável passar do tempo, cada dia com maior celeridade, em face das complexas engrenagens existenciais e da busca para a manutenção da vida, oferece uma visão incorreta em torno da sua dimensão. Aqueles que se debatem na ambição e se esfalfam pelo ter, pelo poder, pelo desfrutar, vêem-no rápido demais para atender a todas as suas necessidades. Aqueloutros, que se encontram em conflitos, irrealizados, enfermos, acreditam que ele não transcorre como deveria, e sim morosa, dolorosamente...

Como efeito, os jovens atiram-se nos emaranhados processos de busca do deleite sem qualquer freio, enquanto os adultos apresentam os primeiros sinais de cansaço, tentando renovar programas em favor de novas satisfações, ao tempo em que os velhos, ante tantas facilidades que não fruíram antes, em razão dos preconceitos e dos limites impostos na época, deprimem-se, lamentando o que consideram haver perdido...

Nesse báratro, a família torna-se um campo de lutas ásperas entre os princípios de equilíbrio que a devem constituir e as facilidades que proporcionam correspondência em relação aos desvarios propostos por pensadores de ocasião e pelas aberrações divulgadas através da mídia extravagante.

A denominada luta de gerações, na qual os reais valores da dignificação humana são ultrajados pelas proposições modernistas do hoje, do aqui e do agora, favorece a debandada do lar pelos jovens, incapazes ainda de orientar a existência, de enfrentar os desafios, de viver em equilíbrio.

lnexperientes e deseducados, animados mais à astúcia do que à inteligência e à razão, tornam-se vítimas fáceis das armadilhas que encontram pela frente, sem as perceber... 

Faltando o lar seguro, buscam organizar tribos e reagem a tudo que os vincule à estrutura familiar, dando lugar a novos hábitos e a costumes próprios, matando as imagens ancestrais e construindo a própria identidade, agressiva e arrogante, estranha e especial, em nome da liberdade de pensamento e de ação, que o tempo demonstra frágil e sem sustentação a longo prazo. 

Os pioneiros e militantes dos movimentos rebeldes dos anos sessenta, hoje envelhecidos, arrependidos uns, enfermos outros, dependentes da drogadição ainda outros tantos, sem nos referirmos aos que foram devorados pelos vícios, pelas enfermidades, que transformaram o sonho em sofrimento, revêem os programas fantasiosos e alucinantes daquela época tomados pela amargura e pelo cansaço... 

lncontáveis deles, incapazes de construir família, mudaram de parceiros conforme os ventos da sensação e da moda, produziram frutos amargos, na condição de filhos mais rebeldes e mais insatisfeitos do que eles próprios, com as exceções compreensíveis, terminando a caminhada terrestre hoje desacompanhados, pessimistas e tristes. 

A família, no entanto, vem sobrevivendo estoicamente aos golpes que lhe têm sido desferidos, os códigos de ética, lentamente vêm sendo revividos, aumentando o número de matrimônios, enquanto diminui o de divórcios, em respeito à monogamia, a mais elevada expressão do afeto, no processo da evolução antropossociopsicológica, à fidelidade e ao respeito pelo outro... 

O ser humano é estruturalmente constituído para viver em família, a fim de desenvolver os sublimes conteúdos psíquicos que lhe jazem adormecidos, aguardando os estímulos da convivência no lar, para liberá-Ios e sublimar-se. 

Quando procria com responsabilidade atinge um dos momentos clímax da existência, especialmente quando se torna consciente do significado da progenitura. 

Em forma de instinto que confere aos animais o cuidado com a prole e o seu amparo, no ser humano essa energia atinge a faixa de sentimento superior, que induz ao zelo e à proteção, chegando mesmo ao sacrifício em favor da sua preservação. Quando ocorre o contrário, trata-se de uma patologia, um transtorno de natureza psicológica ou psiquiátrica. 

Há, em todas as formas de vida, essa energia divina que, no ser humano, apresenta-se em forma de consciência, de discernimento, de razão, de amor, de sabedoria. 

Na família, esse nobre sentimento encontra campo fértil para desenvolver-se, felicitando os seres frágeis que reiniciam a jornada, bem como aqueles que lhes constituem a segurança. 

Por essas e muitas outras razões, a constelação familiar jamais desaparecerá da sociedade terrestre, dando lugar ao enfermiço egoísmo, pelo contrário, superando-o com beleza espiritual. 

Acompanhando o processo de evolução que se opera no planeta abençoado, que nos serve de colo de mãe para o crescimento na direção do Genitor Divino, reflexionamos por largo período em torno da família e reunimos, no presente livro, trinta temas que dizem respeito à afetividade, ao mecanismo de desenvolvimento espiritual e moral do ser humano, como singela contribuição em favor da constelação doméstica. 

Reconhecemos a singeleza das abordagens, a falta de informações que ainda não tenham sido apresentadas por outros estudiosos das questões abordadas, porém, considerando a valiosa contribuição do Espiritismo para o desenvolvimento ético-moral do espírito, oferecemos nossa modesta cooperação como um pouco do fermento, que pode fazer crescer a massa que se transformará em pão mantenedor da vida. 

Agradecendo ao Senhor Jesus pela oportunidade que nos concede de servir na sua seara, somos sua servidora humílima. 

Salvador, noite de Natal de 2007. Joanna de Ângelis

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

POBREZA

Comentário(s)

Por Divaldo Franco
Normalmente, a referência à palavra pobreza significa ausência de recursos de toda natureza, conduzindo o indivíduo à miséria. Do ponto de vista histórico, sempre houve pessoas pobres, como sociedades muito necessitadas no seu conjunto, arrastando carências de toda ordem, especialmente a falta de valores amoedados e quaisquer outros que possam proporcionar conforto e bem-estar. Além da situação deplorável pela falta do que pode manter a vida digna, sustentável, é também fonte de situações abomináveis. O nada ou quase nada ter é resultado de injustiças sociais e egotismo de reduzida minoria de criaturas que se apoderam de tudo, em detrimento de posses mais ou menos favoráveis ao crescimento espiritual e moral. Essa situação conduz à posição de indignidade espiritual, por facultar a ausência moral de ideais superiores e de ânsias que dignificam o ser humano. Nesses covis da miséria, onde a fome se aloja e o desespero faz morada, os crimes mais perversos são urdidos e praticados. Numa visita que Jesus realizou a um homem fariseu rico, que O convidara a uma refeição em sua casa, foi homenageado por uma desconhecida que lhe umedecia os pés com raro perfume, enquanto os enxugava com os seus cabelos. Precipitado e ambicioso, Judas achou a cena um desperdício e reclamou que aquele perfume poderia ser vendido e o seu fruto distribuído aos pobres. Jesus, que sempre estava em vigília, sem censura, respondeu-lhe: – Os pobres sempre os tereis, mas a mim, não! O anfitrião não teve para com Ele nenhuma das obrigações recomendadas quando da recepção de um convidado: oferecer água e toalha para ablução, dar um ósculo na face. Mas a mulher estranha ofertava-Lhe beijo nos pés, lavados também por suas lágrimas... Aquele fariseu hipócrita, que desejava ser homenageado recebendo no seu lar a figura ímpar do Mestre, fazia parte de uma classe perigosa e infeliz de pobreza, que é a de natureza moral. Ele se houvera reportado a esse gênero humano, quando expôs no Sermão da Montanha que seriam bem-aventurados os pobres de amor, de solidariedade, de compaixão... Espíritos ricos de tesouros morais. A sociedade contemporânea encontra-se rica de técnicas e conquistas exteriores, falando sobre a igualdade dos bens de todos os seres humanos, no entanto, jamais abdica dos recursos que lhe produzem o poder, mediante os mecanismos da corrupção, dos vícios e dos meios lamentáveis de dominação arbitrária. Faz-se indispensável que o pensamento hodierno contemple os legítimos valores que enriquecem, mediante o amor, a fraternidade e a justiça. Nunca houve tanta injustiça no mundo, como hoje. Merece, no entanto, recordar que somente “os justos herdarão o Reino de Deus”.
Artigo publicado no jornal A Tarde (Bahia), coluna Opinião, em 21 de outubro de 2021.

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

"O amor vale mais que a própria vida." (Clóvis de Barros Filho)

Comentário(s)

Por  Clóvis de Barros Filho

Qual a vida que vale a pena ser vivida de acordo com  Aristóteles, Jesus, Spinoza e Rousseau? Clóvis de Barros Filho responde.  Gente, uma palestra magistral que  vale a conferência de cada segundo.  Um feliz dia dos professores para todos! 

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

O POBREZINHO DE ASSIS

Comentário(s)

Por Divaldo Franco

Havendo nascido no dia 26 de setembro de 1181 (ou 1182) em Assis, na Itália, Giovanni di Pietro di Bernardone é o maior gênio da História da Humanidade, depois de Jesus Cristo, e desencarnou no dia 4 (ou 3) de outubro de 1226.

A imensa noite medieval permanecia dominadora, e a ignorância predominava no mundo belicoso, sempre dividido pelas paixões do poder, em olvido quase total pela existência espiritual, embora a predominância no Ocidente da religião católica, distante do espírito de amor e de caridade conforme preconizado e vivido pelo Mestre de Nazaré.

Partindo de uma juventude risonha e faustosa, ele transformou-se num mendicante romântico e poeta para atender ao chamado de Deus.

No auge do prazer, estranha melancolia passou a visitá-lo, até o dia em que orando, numa igreja em desmoronamento, ouviu uma voz que lhe disse: 

– Francisco, levanta minha Igreja, que está caindo.

Impressionado, começou a restaurar o santuário, carregando pedras e fazendo-se construtor até concluí-la. 

Quando da sua inauguração, estando orando, ouviu a mesma voz dizer-lhe:

– Não é esta igreja, Francisco, é a moral.

A partir daquele momento, o apóstolo de Assis passou a viver exclusivamente para o Evangelho e trouxe de volta a mensagem cristã totalmente renovada.

Luxo e poder, grandezas materiais e dominação arbitrária, que dominavam a sociedade, passaram a ceder diante da humildade, do amor e da pureza de coração na beleza da caridade.

O mundo se curvou diante da figura delicada daquele Cantor de Deus.

A mensagem de amor passou a readquirir a sua pulcritude, abrindo espaço para os gloriosos dias da Renascença.

Logo depois, veio a inevitável ruptura da fé cega com a razão e a lógica, surgindo a Ciência, com os seus métodos de investigação, demonstrando a realidade do mundo e diversas vertentes do pensamento filosófico, tais o racionalismo e outras doutrinas, convidando o ser humano a pensar antes de crer.

As religiões, então, em voga, passaram a ter os seus postulados averiguados pelo bisturi da investigação, dando margem ao surgimento da tecnologia e outros instrumentos notáveis de informação e promoção da existência humana.

Em todo esse báratro a respeito da crença na imortalidade da alma, embora muitas teses antigas rejeitadas, a figura do Pobrezinho de Assis continuou a fascinar a cultura terrestre, demonstrando a força sublime do amor.

Ante os conflitos e dores acumulados na atualidade, nos quais estorcega a sociedade contemporânea, sentimos falta desse peregrino da vida, que elegeu todos os animais como nossos irmãos, incluindo a Natureza e suas manifestações, e pedimos-lhe que volte, pronunciando a sua saudação: Pax et bene!

O mundo moderno, rico de tecnologia e pobre de amor, necessita-o. 

Artigo publicado no jornal A Tarde (Bahia), coluna Opinião, em 7 de outubro de 2021.

domingo, 3 de outubro de 2021

O POETA CRISTÃO DE ASSIS

Comentário(s)


Caros, um ótimo dia para todos . 

Hoje é dia de lembranças e reflexão. Em 3 de Outubro de 1226 desencarnou "O poeta cristão de Assis".  

No nosso Con-Versando de logo mais (a partir das 16:00h - Horário de Brasília), refletiremos sobre a aula: A tentação no Deserto, em que Rohden expõe a importância do calar para que Deus fale em nós. Como prelúdio segue abaixo um  texto do professor intitulado: Calar as Grandezas, do livro “De Alma para Alma”, para nossa reflexão.

CALAR AS GRANDEZAS
Por Huberto Rohden

Perguntaste-me, amigo, se eu ia escrever um livro sobre o poeta cristão de Assis…

Chaga dolente me reabriu no espírito essa pergunta…

Ante os meus olhos surgiu toda a potência do meu querer — e toda a insuficiência do meu poder…

Eu, é verdade, já cometi delitos dessa natureza — escrevendo sobre os heróis do espírito…

Mas à última página, foi sempre maior o remorso que a satisfação…

Espetada no museu a minha borboleta — via eu que perdera os mais belos encantos…

Grandezas da alma não se podem dizer — só se podem calar…

Livro sobre as maravilhas divinas no homem — só devem constar de reticências e páginas em branco…

Como se pode tocar em tão delicado cristal — sem o quebrar?…

Como se pode colher uma flor — sem a matar?…

Como se pode apanhar borboleta — sem lhe tirar das asas o finíssimo pó?…

Como se pode recolher das folhas, com grosseira colher de pau, as pérolas do orvalho noturno?…

Como poderia eu assoalhar em praça pública a vida íntima duma alma?…

Como apregoar nas ruas os segredos anônimos dum coração?…

Como escancarar à devassa de olhos impuros o sancta sanctorum do templo de Deus?…

Como poderia eu dizer a homens mortais o que o santo nem soube dizer ao Deus imortal?…

Não, meu amigo, não posso escrever sobre as grandezas do poeta cristão de Assis…

Prefiro admirar em plena liberdade esse sopro de Deus a analisá-lo no laboratório…

Em vez de falar — vou calar as grandezas do herói…

Assim, se não acerto em dizer o que ele é — não digo ao menos o que não é…

Sobre o papel do silêncio, com a tinta das reticências — escreverei a biografia do grande anônimo de Assis…

Ou, se quiseres, lançarei ao mundo uns fragmentos amorfos, com os quais poderás arquitetar o que entenderes…

Amor e alegria, entusiasmo e serenidade, sofrimento risonho e espontânea renúncia — e tudo isto aureolado de espiritual leveza e jubilosa felicidade — eis as pedras para o edifício!…

Não o levantarei, para que o possas construir — segundo o teu plano.

Não se prendem raios solares — em gaiolas de ferro…

Não sei vazar em períodos corretos — a poesia da Natureza…

Não sei definir com silogismos — uma alma ébria de Deus…

Nada disto sei — só sei calar grandezas humanas.

Porque toda grandeza é anônima.

Como anônimo é Deus.

O Inefável…

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

INTOLERÂNCIA E RADICALISMO

Comentário(s)

Por Divaldo Franco “Houve na Roma antiga um templo dedicado a Jano, que durante um milênio somente fechou as suas portas nove vezes, correspondentes aos períodos em que a República esteve em paz. O deus singular era representado com duas faces, o que o tornou conhecido como bifronte, atributo conseguido de Saturno, a quem favorecera, e que o dotara com a capacidade de perpetrar o passado e o futuro, conforme narra a mitologia, ao se referir ao mais antigo rei do Lácio conhecido.”
Joanna de Ângelis – Florações evangélicas
Há no ser humano a predominância dos instintos básicos, particularmente a ira, que se transforma em cólera, desde quando estimulada pelos desejos não realizados. Desde muito cedo revela-se essa particularidade nos indivíduos ególatras, que transpiram intolerância, sempre se acreditando certos e corretos em detrimento dos demais, mesmo quando portadores de melhores conceitos e mais coerentes conhecimentos.
Graças a eles a intolerância sempre marchou com vitalidade entre as pessoas, mesmo algumas bem equipadas de conhecimentos. São os rebeldes de todos os tempos, inspiradores de lutas e revoltas, produzindo inquietação no grupo social em que se encontram.
Dessa intolerância doentia ao radicalismo é um passo audacioso que envolve a mente dominada pelas paixões sórdidas e perversas.
Manifestam-se esses lamentáveis episódios no ódio de raças e etnias, de costumes e tradições, especialmente nas comunidades religiosas em que se refugiam esses fracos morais porque destituídos de valores éticos.
Neste momento, há uma onda de horror pela intolerância e decorrência do radicalismo religioso dos talibãs, que enfrentam a sociedade e as nações com as suas retrógradas condutas, tornando leis indiscutíveis os textos da Sharia.
Sharia, segundo o Google, é “a lei muçulmana ou islâmica, tanto em relação à justiça civil e criminal, quando regulando a conduta individual, pessoal e moralmente. O corpo das leis baseado nos costumes fundamenta-se no Alcorão e na religião do Islã”.
A leitura distorcida pelas mentes que odeiam permite a prática dos crimes mais hediondos, conforme os que vêm sendo praticados no Afeganistão, após a reconquista de Cabul, na semana passada.
Cenas indescritíveis são apresentadas pelos fanáticos assassinos, ante as suas vítimas indefensas, que entregam os seus filhos aos soldados americanos e à massa humana no aeroporto em tentativa de fuga...
Cristãos passam a ser mártires de forma odienta pelos infrenes conquistadores, que reduzem a mulher à insignificância e a mutilações descabidas, terminando na morte cruel. A humanidade necessita despertar como um todo neste período de crise, de modo a merecer a denominação de civilizada, preservando os direitos humanos.
Artigo publicado no jornal A Tarde (Bahia), coluna Opinião, 26 de agosto de 2021.

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

VOZ DE DEUS?

Comentário(s)

Por Divaldo Franco Onde se ouvirá a voz de Deus neste Universo majestoso em contínua expansão? Nos infinitos aglomerados de galáxias que bailam magicamente no Cosmo imensurável ou nas micropartículas que formam os ciclópicos mundos adornados de fogo e matéria em ebulição, que as mentes mais audaciosas apenas podem conceber, por mais avançadas sejam as suas percepções? Examinando-se a Terra, esse ponto quase insignificante da gentil e bela Via Láctea, os mais complexos e extenuantes cálculos matemáticos registram-na, no conjunto em que se encontra, como pequenino sinal perdido na imensidão. Estará a voz de Deus no delicado aroma das violetas que, pisadas, continuam recendendo perfume nas patas selvagens dos animais que as esmagaram? Ou talvez na tempestade que devasta a Natureza e a satura de raios destruidores, deixando tudo revolto e destroçado? Será ouvida em cada amanhecer e entardecer, através dos pássaros em gorjeios celestiais, que desatam melodias refinadas que flautas de prata e violinos dulçorosos somente as copiam? Provavelmente essa voz ressoa nos filhos dos animais tombados nos locais em que se escondem na furna e estão ameaçados de morte? É bem provável que, nas guerras entre as nações, o clamor das multidões sendo dizimadas sensibilizou-O, e Sua voz veio em seu socorro?... A voz de Deus parece silenciosa neste momento em que a Terra, havendo atingido o seu mais alto grau de tecnologia, estertora nas multidões enlouquecidas que perderam a ética existencial, o sentido nobre de viver, atirando-se nos calabouços do prazer. Houve tempos em Israel que a boca dos Céus silenciou por mais de quatrocentos anos e não se ouviu o som de qualquer profecia falando da realidade divina, que o povo menoscabou na correria desesperadora das orgias e bacanais. A atualidade faz lembrar os dias de Sodoma e Gomorra, quando o fogo dos Céus as destruiu. Neste momento é a peste traiçoeira que ataca sem compaixão e aplica os acúleos férreos da sua maldade nas pessoas avisadas como nas descuidadas. A soberba e o ódio, a insensatez, que caracterizam as populações quase sempre afortunadas em tecnologia e empobrecidas em sentimentos de amor à vida, facultam o caldo de cultura para que a peste e suas sequelas dizimem as vítimas desestruturadas para os sofrimentos libertadores. A voz de Deus ecoa hoje nas vozes dos imortais que nos convidam à reflexão e à ordem, ao respeito às Leis do Universo e aos objetivos do renascimento na carne. Adotando o comportamento materialista e matando Deus, caminha-se na orfandade da Causa existencial, atropelando os desafios auxiliares para o renascimento espiritual e a convivência com a vida plena. Faze silêncio e ouve a voz de Deus. Divaldo Franco ____________________ Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, 12 de agosto de 2021.

quinta-feira, 20 de maio de 2021

O CRÍTICO MOMENTO ATUAL

Comentário(s)

As espetaculares realizações da ciência mostram-nos que se está preparando algo de excepcional na historia da humanidade. Algo se está movendo nas vísceras do fenômeno evolutivo e por isso inconscientemente o mundo se encontra numa ansiosa agitação, desconhecida no passado. Se falha o salto, não se sabe como e onde se irá cair. É necessário mover-se orientados no seio do organismo fenomênico universal, dentro do qual existimos e de cujas reações não podemos prescindir, para saber o que se deve fazer, sabendo as consequências do que se faz.  Enquanto a vida avança, o homem não compreende o que está sucedendo e resiste amarrado ao passado com a sua velha forma mental. Adiante há uma estrada cheia de luz, ao longo da qual a vida o impulsiona, mas ele continua olhando para trás, para um mundo cheio de trevas. Este é o tempestuoso contraste entre os impulsos opostos do momento atual.

O homem tem hoje nas mãos poderes jamais possuídos. Que uso fará deles? Servir-se-á para tornar-se sempre mais rico, egoísta e corrompido, permanecendo no plano animal, ou, pelo contrário, servir-se-á para ascender a um plano mais alto, transformando-se cada vez mais num ser de pensamento e consciência? Estes poderes podem ser utilizados nestas duas direções. Eles permitem um salto para a frente, de grandes proporções, mas se mal usados podem levar a um grande retrocesso involutivo. A humanidade deve escolher entre as duas direções a tomar. Mas o caminho é um só: o da evolução.

Não há dúvida, hoje em dia a técnica científica e a organização industrial permitem sempre com menor trabalho alcançar maior produção, com menor esforço, maior bem-estar. Ora, o perigo reside em ter mais abundância de tempo e enriquecimento de meios não usados em sentido evolutivo, isto é, um capital não utilizado para realizar um trabalho mais alto, mas em sentido involutivo, ou seja, capital dissipado em satisfações de tipo inferior; não para facilitar um impulso mental e espiritual, mas para abandonar-se, em descida, embrutecendo-se em materialidade.

Se o momento é perigoso, no entanto, também é maravilhoso, porque oferece possibilidades desconhecidas noutros tempos. O que impele a vida sempre para diante é um irrefreável anseio em direção à felicidade e o Alto sempre chama e a atrai desde longe. Rara é a oportunidade presente e cumpre-nos aproveitar as circunstâncias atuais - não será fácil que venha a sua repetição. O homem encontra-se perante perspectivas ilimitadas, com liberdade e poder, mas também com uma responsabilidade desconhecida nos séculos passados, lançado velozmente em direção a radicais mudanças de vida, com imensa possibilidade de novas realizações e proporcionadas conseqüências de alegria ou dor.

(Pietro Ubaldi - Livro: A Descida dos Ideais)

domingo, 25 de abril de 2021

Parte 5 do Estudo da Obra A Nova Civilização do Terceiro Milênio

Comentário(s)

Breve resumo do próximo estudo da obra A Nova Civilização do Terceiro Milênio, com base no cap. 5 "As Grandes Unidades Coletivas".
  1. O Universo como um Todo Orgânico;
  2. Relação da obra de Ubaldi com o chamado "Pensamento Sistêmico";
  3. Somos um microcosmo dentro do macrocosmo;
  4. Paralelo entre organismo individual e organismo social e a ideia de Sociedade Orgânica
 



sábado, 17 de abril de 2021

Amanhecer de uma Nova Era | Divaldo Franco

Comentário(s)


terça-feira, 6 de abril de 2021

Parte 3 do Estudo da obra A Nova Civilização do Terceiro Milênio

Comentário(s)

Breve resumo do próximo estudo da obra A Nova Civilização do Terceiro Milênio, com base no cap. 4 "Erros e Ascensões Humanas".

  1. Relação entre as obras A Nova Civilização do Terceiro Milênio e Ascensões Humanas
  2. Os diferentes tipos de Erros
  3. O Erro de não compreender o significado da Dor.
  4. Relação da obra de Ubaldi com a Filosofia Budista: As Quatro Nobres Verdades
  5. Através de um processo de Ascensão é possível quebrar a cadeia de sofrimentos
  6. A "experiência da ressurreição" de Ubaldi (narrada no capítulo "Ressurreição" da obra Ascensões Humanas)
     



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