É esta a grande lei da evolução em todas as
províncias do cosmos.
Também no plano do gênero humano.
Guarda
o que de
positivo, certo e
bom a humanidade
conquistou, no drama milenar da sua evolução ascensional. Sê
conformista!
Mas, depois de firmares os pés solidamente no plano
real de hoje, espraia os olhos pelos vastos horizontes de amanhã, procurando ultrapassar a
estática do que possues pela dinâmica do
que poderás possuir.
Depois
de seres conformista,
passa a ser
não-conformista, ou melhor, transformista. Não creias numa eterna
luz-vermelha na estrada percorrida – crê também na luz-verde na estrada a
percorrer.
O homem da
rotina conservadora guarda
o que tem – e
recusa-se a passar além. É um crente fanático na luz-vermelha – e
um descrente céptico na luz verde. De tão passadista
e presentista, é incapaz de ser futurista.
O revolucionário demolidor, por outro lado,
sacrifica o que possui por algo que procura
possuir, ignorando que as paredes do edifício de amanhã não podem deixar de assentar sobre os alicerces de hoje.
Nem a rotina
estática do conformista
passivo, nem a
revolução dinâmica do não-conformista ativo
são garantia de
melhores dias para
a humanidade, quando trabalham separadamente no cenário da
vida. O verdadeiro progresso não é nem
rotina nem revolução unilaterais.
Mas, quando o homem tem o suficiente critério para
saber o que convém ser guardado e o que
convém ser abandonado das coisas de ontem; e ao mesmo tempo
possui a necessária
iniciativa para ultrapassar a etapa já alcançada – então despontará para a
humanidade a alvorada de uma evolução realmente positiva, dinâmica e construtiva.
A história das igrejas cristãs, nesses quase vinte
séculos de cristianismo, é, de preferência,
a história da rotina conformista, por um lado, ou da revolução não conformista,
por outro.
Quando veremos no seio da igreja uma síntese feliz
das conquistas reais do passado e dos gloriosos ideais do futuro? Quando
deixará a igreja de professar rotina fossilizada
ou proclamar revolução
demolidora – a fim de
entrar numa fase dinâmica de evolução construtiva?...
(Huberto Rohden - Livro: Profanos e Iniciados)
(Huberto Rohden - Livro: Profanos e Iniciados)