Mergulhar no pensamento de Rohden para tentar explicá-lo, é um prazer. Evidente que preferia que fosse ao vivo, em vez de ser pela escrita, pois na fala há possibilidades de detalhamentos e uma dinâmica maior com o interlocutor.
Por isso mesmo, Rohden faz a distinção entre atitudes (que são do Eu) e atos (que são do Ego). Atitude é da essência do ser. Ato é da aparência do agir. Ato é uma ação aparente de uma atitude interna que não aparece. Todo ato é determinado por uma atitude interna. Que pode ser positiva ou negativa.
Vamos imaginar isso tomando como exemplo uma ação comum do nosso dia-a-dia. Quando trabalhamos com crianças, muitas vezes nossos atos (aparentes) não são correspondentes com a nossa atitude interna. Posso me fingir paciente com as crianças em ato (de aparências), mas estar numa atitude interna de impaciência, não correspondente ao ato que está sendo comedido. A atitude é determinante nos atos. Nesses casos, eu pergunto, o que é que tem valor, o ato ou a atitude?. O que é melhor fazer, continuar dando importância as aparências, e por isso, fingir paciência com as crianças?, ou meditar, avaliar, estudar, sobre o que realmente tem valor, ou seja, essa minha atitude negativa determinante que detecto, e que precisa ser transformada?
Nossos atos têm que estar em correspondência com a atitudes interna. Se teimarmos em "colocar remendos novos" (atos) em "panos velhos" ( atitudes velhas não correspondentes), a rotura, como disse Jesus, vai aumentar.
Portanto, se meu ato é negativo, tenho que detectar e trabalhar a atitude que está levando a ação negativa. Transformá-la, e não ficar fingindo paciência. O ato é uma consequência de uma atitude, e não o contrário. "A ideia é: atos não têm valor nenhum. Atitude é que tem valor...", pois esta é que determina aqueles.