A tese que sustentei desde 1951, em minha primeira chegada ao Brasil, e que já havia sustentado na Europa, foi a de "imparcialidade e universalidade". Permaneci a ela igualmente fiel, diante desta ou daquela religião. Mas, todas mostraram a mesma vontade de enclausurar-me e fechar-me em seu próprio grupo, impondo-me uma verdade já feita, que exclui qualquer pesquisa e condena toda tentativa de progresso e aperfeiçoamento; mas, nem todos podem apenas aceitar e dormir, somente para fornecer material a fim de engrossar suas fileiras. Não há dúvida de que todas as igrejas querem ser universais, mas apenas no sentido imperialista: todas querem unificar, mas debaixo do próprio domínio. Não foi nesse sentido que compreendi a universalidade. Não a entendi no sentido de um partido religioso, que se expande tanto, que conquista tudo.
A contrário, universalidade deve entender-se no sentido de imparcialidade, para chegar, não à submissão, mas à convivência livre, fruto da compreensão. E compreensão é mais do que tolerância pois esta subentende sempre a própria supremacia que tolera, isto é, se digna permitir. Compreensão significa recíproca integração dos vários aspectos; no relativo humano, para poderem, assim, unidos, aproximar-se cada vez mais do absoluto. É uma confraternização dos fiéis de todas as religiões, diante do mesmo Deus, igualmente adorado por elas.
Pietro Ubaldi - Livro: A Lei de Deus, cap 25, pp 244, 5ªEd.