ACERVO VIRTUAL HUBERTO ROHDEN E PIETRO UBALDI

Para os interessados em Filosofia, Ciência, Religião, Espiritismo e afins, o Acervo Virtual Huberto Rohden & Pietro Ubaldi é um blog sem fins lucrativos que disponibiliza uma excelente coletânea de livros, filmes, palestras em áudios e vídeos para o enriquecimento intelectual e moral dos aprendizes sinceros. Todos disponíveis para downloads gratuitos. Cursos, por exemplo, dos professores Huberto Rohden e Pietro Ubaldi estão transcritos para uma melhor absorção de suas exposições filosóficas pois, para todo estudante de boa vontade, são fontes vivas para o esclarecimento e aprofundamento integral. Oásis seguro para uma compreensão universal e imparcial! Não deixe de conhecer, ler, escutar, curtir, e compartilhar conosco suas observações. Bom Estudo!

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segunda-feira, 3 de julho de 2017

Piano – e panelas

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Piano querido!...

De quantas saudades me encheste a alma!... 

Companheiro da minha primavera de moça – assististe à primeira declaração de amor...

Em tuas teclas brancas e pretas transfundia meu coração seus amores e suas mágoas...

Teus sopros sonoros povoavam de sonhos multicores meus anos felizes...

Sobre as asas das tuas melodias, visitaram-me Beethoven e Haydn, Haendel e Wagner, Bach e Chopin – todos os gênios da divina harmonia...

Velho piano, levei-te para o santuário do meu lar – nosso lar...

E ele, o amigo querido, escutava, embevecido, minhas sonatas e valsas – a voz das tuas cordas sonoras...

Veio, depois, a derrocada cruel!...

E tu, piano querido, passaste a mãos estranhas...

Chorei, chorei, chorei...

Panelas malditas!...

Que ódio profundo vos tive...

Negrejante bateria culinária – legião de Satã sobre o fogo infernal...

Panelas e tachos, chaleiras e frigideiras – por que suplantastes meu lindo piano?...

Por que me enchestes de prosaísmos a poesia da vida?...

Roubastes à minha pele a tez delicada...

Tirastes-me das unhas o esmalte luzidio...

Fizestes de mim trivial cozinheira...

Que música é essa, fogões, que vossas bocas exalam?...

Fumo e vapores, cinza e fuligem! – é este o ambiente em que vivo...

Ah! como chorei, chorei, chorei!...

Panelas amigas!...

Há muito, muito tempo, que meu ódio morreu...

Discreta simpatia sucedeu à antipatia que vos tinha...

Convivo convosco, panelas amigas – e com as que vos servem...

Almas singelas e simples vos cercam – almas com muita alma...

Quero-lhes bem, a essas criaturas de branco avental – e elas me querem...

Quase operária entre operárias – trabalhando, lutando, sorrindo – calando.

Muita coisa morreu dentro de mim – e muita coisa em mim nasceu...

Montanhas de dores sobre mim desabaram...

Oceanos de lágrimas me lavaram as faces...

Incêndios atrozes me arderam na alma...

E após esta tempestade cruel – a grande bonança...

Compreensão... Serenidade... Resignação... Calma... e Paz...

O reino de Deus dentro de mim...

A atmosfera do Nazareno em torno de mim...

Mais belas que as melodias do piano querido, canta, entre panelas amigas – a sinfonia de Deus...

Achei a mim mesma – na renúncia do ego...

E choro – feliz...

Na felicidade dos outros...

Huberto Rohden


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