Ninguém podia compreender como Te amando tanto, eu evitasse ouvir as Tuas palavras que as bocas mundanas repetiam nos dias quentes de abril como nas águas de junho, nas cabanas simples e nos templos faustosos.
Recusava-me a escutar os gurus, e o meu mantra, os ouvidos alheios não identificavam.
Acusavam-me de descrente e apedrejavam-me com calúnias.
Eu, todavia, não me perturbava, nem sofria, até mesmo quando declaravam que Tu me amaldiçoarias.
A verdade é que eu não necessitava de qualquer referencial exterior, porque Tua voz me embalava os sentimentos e a Tua presença me fazia companhia na minha solidão, que nunca desejei repartir com ninguém, porque Tu, só Tu me podes preencher a vida.
Rabindranath Tagore
Por Divaldo Franco, Cap. XLVI, no Livro: Pássaros Livres