Por Jiddu Krishnamurti
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O que realmente estão a procurar é aquisitividade, ainda que possam estar inconscientes dela, e da vossa exploração. Quero esclarecer que as vossas religiões, as vossas crenças, as vossas tradições, a vossa auto disciplina estão baseadas na ideia de ganho. São apenas engodos para o comportamento correto, e delas surge o explorador e o explorado. Se estão à procura de aquisitividade, procurem-na conscientemente – não hipocritamente. Não digam que estão à procura da verdade, porque não se chega à verdade desta maneira.
O que realmente estão a procurar é aquisitividade, ainda que possam estar inconscientes dela, e da vossa exploração. Quero esclarecer que as vossas religiões, as vossas crenças, as vossas tradições, a vossa auto disciplina estão baseadas na ideia de ganho. São apenas engodos para o comportamento correto, e delas surge o explorador e o explorado. Se estão à procura de aquisitividade, procurem-na conscientemente – não hipocritamente. Não digam que estão à procura da verdade, porque não se chega à verdade desta maneira.
Ora esta ideia de crescer cada vez mais é para mim falsa, porque aquilo que cresce não é eterno. Foi já alguma vez demonstrado que quanto mais tiverem, mais compreendem? Em teoria poderá ser assim, mas na realidade não é assim. Um homem aumenta a sua propriedade e cerca-a; um outro aumenta o seu conhecimento e é limitado por ele. Qual é a diferença? Este processo de crescimento acumulativo é néscio, falso desde o princípio, porque aquilo que é susceptível de crescimento não é eterno. É uma ilusão, uma falsidade que nada tem em si de realidade. Mas se andarem atrás desta ideia de crescimento acumulativo, andem atrás dela com toda a vossa mente e com todo o vosso coração. Então descobrirão como é superficial, como é inútil, como é artificial. E quando perceberem que é falsa, então saberão a verdade. Nada precisa de a substituir. Então já não procurarão a verdade para substituir pelo falso; porque na vossa percepção direta já não existe o falso. E nessa compreensão há o eterno. Então há felicidade, inteligência criativa. Então viverão naturalmente, completamente, como a flor, e nisso há imortalidade.
(Krishnamurti em, A Arte de Escutar - Adyar - 1ª palestra 29 de dezembro, 1933.)