O homem é um ser que perdeu a consciência de si, de sua verdadeira natureza. Esse estado o colocou na ignorância e o conduziu a erros, e estes, conseqüentemente, ao sofrimento. Os que se libertaram do estado de ignorância sempre surgiram na história humana para nos oferecer recursos, ensinamentos e técnicas de desenvolvimento espiritual. Verdadeiras ferramentas despertativas da essência divina dentro do homem.
Cerrar os olhos por alguns minutos ou horas (dependendo do indivíduo), é perscrutar e conhecer seu mundo interior. É observar o fluxo dos pensamentos e conhecer seus conteúdos, tornando-o consciente do que se passa dentro de si. E só quando vemos mais claramente o que se passa dentro de nós, é que podemos fazer algum movimento em sentido corretivo. Só quando percebemos as nossas falhas morais é que podemos dar o primeiro passo para a superação e a transcendência desta falha.
Cerrar os olhos é “fechar-se” por tempo indeterminado aos chamados do mundo, com suas idéias, seus gostos, seus desejos, sua moral, seus julgamentos, seus valores... É desejar entender e compreender a mente, os sentimentos, a alma, a vida! É questionar internamente o sentido das coisas, e não só seguir os passos mecânicos de uma humanidade inconsciente e sofredora. É se perguntar internamente: “Quem sou eu?” “O que estou fazendo aqui?” “De onde vim e para onde vou?” “O que devo fazer?”
Cerrar os olhos é saber silenciar também nossos desejos, medos, anseios, ambições, carências... É serenar nossos pensamentos e objetivos pessoais e materiais. É apaziguar nossas paixões pelo mundo e projetar nossas atenções para o reino do espírito, que vibra dentro de nós oferecendo sua luz, sua força, sua sabedoria, seu amor! Esta luz é a própria presença do Absoluto, do Supremo, do Infinito, que aguarda nossa iniciativa e nosso esforço de encontrá-Lo. Abramo-nos, concentremo-nos e aspiremos perseverantemente esta Fonte Divina, que é o Pai, afirmando mentalmente e com o coração ardente:
“Senhor, que eu O conheça, que eu O sinta, e que eu o viva conforme Tuas leis e Tua vontade!” “Pai, eu te amo!”
Se a busca da Verdade exige-nos uma vontade determinante e um esforço disciplinado mental, também esta busca tem sua outra face,em que o coração se abre numa atitude de receptividade e entrega infinita ao Alto, ao Centro Dinâmico-Doador, que é Deus! Mas a recepção de Tua Verdade e de Tua Graça, em níveis mais elevados, exige que tenhamos um coração puro, vazio de nós, de nossos interesses próprios, e uma entrega por completo a Ele! E esta entrega é uma morte, morte do ego, morte de uma percepção limitada, para nascer em outras esferas, onde nela permeia e prevalece o princípio da unidade e do amor!
Meditemos!