Nenhuma atividade humana é genuína e autêntica a não ser que se baseie na Constituição Cósmica do Universo — o Universo em seu aspecto de Causa e Efeito, de Essência e Existência, de Infinito e Finito, de Brahman e Maya. O Universo, como a própria palavra diz, é Unidade e Diversidade — é uno em diversos.
Unidade sem diversidade — é monotonia. Diversidade sem unidade — é caos. Unidade com diversidade — é harmonia.
O Universo é um sistema de harmonia ou equilíbrio dinâmico, que lhe garante perpetuidade e indefectível juventude.
O homem é um microcosmo feito à imagem e semelhança do macrocosmo. Os termos "micro" e "macro" — pequeno e grande — se referem ao aspecto externo, quantitativo, do homem e do mundo, e não à sua realidade interna, qualitativa. No seu aspecto de qualidade interna é o homem antes macrocosmo que microcosmo, porquanto a verdadeira grandeza ou pequenez se medem em termo de intensidade, e não de extensidade. Quanto mais intenso é o grau de consciência de um ser, tanto mais alta é a escala da sua hierarquia.
[...] O Universo é essencialmente harmonia, kosmos, como diziam os gregos, isto é, beleza da ordem. Os romanos deram ao Universo o nome de mundus, que quer dizer, puro (o contrário de immundus, ou impuro); O Universo é, segundo eles, uma grande pureza, uma pura beleza — kosmos e mundus —, porque intensa unidade na mais extensa diversidade. UNI-VERSO!
Huberto Rohden — "Filosofia da Arte - a metafísica da verdade revelada na estética da beleza"; Ed. Martin Claret