Em Busca de Sentido – Um Psicólogo no Campo de Concentração
Frankl, após a libertação em 1945, escreveu uma de suas mais famosas obras, “Em busca de Sentido –Um Psicólogo no Campo de Concentração”[1946] na qual ele retrata, através de uma análise psicológica, a situação dos prisioneiros no Campo de Concentração.
O interessante da obra é que ela sai do padrão história do holocausto. Para aqueles que se interessam pelos assuntos #holocausto e #SegundaGuerraMundial, o livro revela-se uma surpresa, pois o autor explora questões psicológicas como: “O que os presos no Campo de Concentração mais sonham a respeito?”, “Quais as necessidades mais importantes para eles enquanto estão no Campo?”, “Como lidam com as circunstâncias extremas que tal ambiente impõem a eles e quais os efeitos psicológicos imediatos e tardios dessas circunstâncias?”entre tantas outras perguntas que muitas pessoas se fazem quando estudam a respeito do Holocausto Nazista.
Frankl não tinha interesse em colocar seu nome na capa da obra, pois não queria ganhar dinheiro com ela; queria apenas divulgar suas impressões e experiências no campo de concentração. Porém, por insistência de amigos, ele deixou colocar o seu nome. Não tinha ideia de que seria a obra que o tornaria mundialmente famoso.
Frankl não só publicou sua obra com suas experiências sobre a vida no campo de concentração, como também fundou uma escola de psicologia – a logoterapia, conhecida como a terceira escola vienense de psicoterapia ( a primeira foi a psicanálise com Freud, e a segunda foi a Psicologia Individual com Adler, discípulo de Freud).
A logoterapia
A abordagem de Frankl tem um viés existencial. Embora discorde de Sartre – um dos mais famosos existencialistas -, sua abordagem é também considerada existencialista. Os pilares da logoterapia são:
- A liberdade do desejo
- O desejo pelo significado
- O significado da vida
Sobre o primeiro ponto (a liberdade do desejo) ,de acordo com a logoterapia, o ser humano não está completamente sujeito aos seus condicionamentos, mas possui a condição de decidir em face às questões interna (psicológicas) e externas (biológicas e sociais). Liberdade, segundo Frankl, é definida como o espaço da vida de alguém dentro dos limites das possibilidades dadas. Ou seja: mesmo que não se possa mudar as circunstâncias (como estar em um campo de concentração, por exemplo), ainda assim, somos capazes de decidir como reagiremos, como seguiremos em frente, diante dessas circunstâncias. Frankl quer saber: como podemos seguir em frente APESAR das condições que afetam atualmente nossas vidas?
Sobre o segundo ponto (o desejo pelo significado), Frankl diz que o ser humano não deseja apenas ser livre, ele deseja ser livre para algo – seus objetos ou propósitos, por exemplo. A busca pelo significado é vista como um desejo básico do ser humano. Quando a pessoa não consegue atingir o seu ‘desejo por significado’, suas vidas podem experimentar um abismo de falta de significado.
Por Luiz Ricardo Friano
A Psicologia do Sentido – Viktor Frankl