Não é possível por meio de análises. Por meio de análises nós só chegamos a descobrir o que é o corpo, o que é a mente, e o que são as nossas emoções. Psicologia não vai além disto. Nenhuma psicologia vai além disto. Nenhuma análise filosófica e científica vai além das periferias do homem. Não nos interessa as periferias agora. Nós queremos saber o seu centro. E isto nós não podemos saber só por análise. Análise é necessária, mas não é suficiente. A análise tem que preceder e depois tem que vir outra coisa.
Na célebre frase de Einstein “do mundo dos fatos não conduz nenhum caminho ao mundo dos valores porque os valores vêm de outra região” sintetiza em poucas palavras todo o nosso problema. Einstein diz que o mundo dos fatos pode ser analisado. O nosso corpo é um fato, a nossa mente é um fato, as nossas emoções são fatos. Podem ser analisados. Mas ele diz que do mundo dos fatos (objeto da ciência) não conduz nenhum caminho para o mundo dos valores. O nosso centro ele sempre chama valor. As nossas periferias ele chama fatos. Fatos são analisáveis. Fatos corpóreos, fatos mentais e fatos emocionais são objetos da filosofia e da psicologia, mas o valor, o centro, o cerne do nosso ser, isto não se pode analisar; porque do mundo dos fatos não conduz nenhum caminho para o mundo dos valores...— para desesperar! Porque nós gostaríamos tanto que do mundo dos fatos analisáveis conduzisse algum caminho, pelo menos uma picada ou uma senda estreita — mas ele diz que não conduz nenhum caminho, nem largo nem estreito. Da análise não conduz nenhum caminho para o nosso interior.
E mais tarde ele chama esses valores — a intuição. Da análise não há nenhum caminho para a intuição. Agora nós estamos jogando com duas palavras misteriosas. Análise e intuição. Muitos sabem o que é análise, a gente analisa a coisa corporal, a gente analisa a mente e até a psique. Os livros estão cheios de análises. Escrevem livros maravilhosos sobre análise física, análise mental, e análise emocional. Muito bem! Agora vem uma outra coisa que não é análise. Da análise não conduz nenhum caminho para a intuição.